COP29: Um marco climático e seus reflexos na geopolítica global 🌍

Por Professor Heitor Ferreira

A COP29, realizada em Baku, Azerbaijão, encerrou-se recentemente com um acordo histórico que estabelece uma meta de financiamento climático de US$ 300 bilhões anuais até 2035. Apesar de ser um avanço importante, o pacto foi recebido com críticas de países em desenvolvimento, que destacam a insuficiência desse valor frente à magnitude da crise climática. Vamos explorar como esse evento reflete as tensões geopolíticas e os desafios atuais na busca por um equilíbrio entre justiça climática e interesses políticos.

Após mais de duas semanas de negociações intensas e mais de 30 horas além do prazo oficial, cerca de 200 nações chegaram a um consenso. O fundo climático destinará recursos para apoiar países vulneráveis a eventos extremos, como secas, enchentes e furacões, além de fomentar a transição para energias limpas. Contudo, o acordo ficou bem aquém da meta defendida pelos países em desenvolvimento, que estimam em US$ 1,3 trilhão o valor necessário para enfrentar a crise climática de forma eficaz.

A cúpula evidenciou um campo de batalha geopolítico. De um lado, países ricos, responsáveis históricos pelas emissões de carbono, defendem limites financeiros em função de suas próprias crises econômicas. De outro, países em desenvolvimento e pequenos estados insulares demandam maior responsabilidade e compromisso com a mitigação das mudanças climáticas.

Figuras como Tina Stege, das Ilhas Marshall, acusaram interesses dos combustíveis fósseis de bloquear avanços mais ambiciosos, enquanto o representante da Índia chamou o acordo de “uma ilusão de ótica”. Já o papel de potências emergentes como China e Arábia Saudita também foi questionado, já que suas contribuições foram apenas “incentivadas” e não obrigatórias.

Para o Brasil, a COP29 representa tanto desafios quanto oportunidades. Como um dos maiores países em desenvolvimento, o Brasil está no centro das discussões sobre financiamento climático. A pressão para preservar a Amazônia e reduzir emissões de carbono é constante, enquanto o país também busca recursos para enfrentar os próprios impactos climáticos. A diplomacia brasileira precisará equilibrar suas demandas internas e sua posição como liderança no G77.

A COP29 ilustra como as mudanças climáticas não são apenas uma questão ambiental, mas também econômica e política. A geopolítica mundial molda os compromissos e os limites desses acordos, e a transição para uma economia verde depende de cooperação, inovação e justiça social.

Seja no Brasil ou no mundo, as decisões tomadas em cúpulas como essa impactam diretamente a vida de bilhões de pessoas, especialmente as mais vulneráveis. É fundamental que todos acompanhemos os desdobramentos dessas negociações para compreender o futuro que está sendo construído.

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